sexta-feira, 12 de agosto de 2011

DELITO DE AMOR


Ao olhar para dentro da casa, olhei bem ao centro um jardim. Pude ver a rosa mais linda que também olhava pra mim. Olhei para os lados e seguro, rapidamente saltei o muro. Cortei o caule com todo cuidado e ao sair, deparei-me com um soldado! E ele agarrando o meu braço, foi dando-me o maior esculacho! Dizendo-me da contravenção, perguntando-me qual a sensação...
Cabisbaixo, porém, não arrependido... Ouvi dizer-me: poderia estar detido! Por cometer tal delito! Mas quero saber a razão, e me dirá se respeitar meu brasão... Pois sou autoridade desse país, e responsável por um povo feliz! Diga-me! Desembucha! Fale de uma vez! Pois se não seu destino será no xadrez! Olhei-o e supliquei desesperado, tenha pena! Tenha dó desse coitado... Que por amor e sem dinheiro, adentrei a esse canteiro!
Para presentear o meu amor, tive que furtar de alguém esta flor! Tenha dó, misericórdia, seu policial! Porque não faço isso no meu normal... É que vinha eu com o olhar apaixonado, veja esta flor que é de um singelo namorado! Com a fala severa pediu-me a verdade, disse-lhe jamais mentiria a uma autoridade. Mas olhei para ele e lhe disse, nunca mais cometerei tal tolice. Olhou-me de cima a baixo, e disse-me: rapaz vê se sossega este teu facho! Pois se novamente machucar outra flor, sentirei prazer em lhe causar tanta dor, mas de que flor está a falar? Desta que com cuidado estou a segurar? Desta e da que possivelmente ama, se algo lhe acontecer, passará muito tempo em uma cama! Que isso seu soldado! Estou eu admirado e sentindo-me culpado por tal dano fazer! Solte o meu braço, já entendi o seu recado, vou pra casa dela antes desta flor morrer. Olha aqui seu palhaço, lhe soltarei então seu braço e como uma bala de aço, quero ver você correr! E ao ir pra casa dela, enfrentei uma donzela ainda pior que o soldado... Tive que dar explicações pra ela, por estar muito atrasado! Isso sim que é vida de um apaixonado. Ao olhar escada a cima, sala adentro eu vi um quadro, lá estava à figura, do pai dela... Aquele soldado.

Osny de Souza Alves

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